quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Viagem de uma jovem



Em Forks, um pequeno lugarejo, sem quaisquer atrativos, próximo a Washington, nos EUA,uma cidade para pescadores esportivos que pescam salmão e truta arco-íris em rios próximos,Hanneri resolveu passar um bom tempo. Cidade tranquila demais sem aquela agitação da Transilvânia. Depois de saber que o homem que ela amava havia terminado, procurava se fortalecer, pesquisava, estudava e cada aprendizado era uma vitória. Colocava em prática e se dava certo ou não, estava sempre disposta a tentar de novo. Longe de seu clã, querendo apenas algumas respostas às suas perguntas, focada e determinada com tudo ao seu redor,
       Hanneri pensou:
—“Nos bosques, nas montanhas, nos castelos, nos templos, nas ruelas estreitas, nos nevoeiros, na lua que era hipnótica!” Saudade sinto falta da minha cidade, mas sei que não estou preparada para voltar. — disse para si mesma.
Deixou de ser aquela adolescente. Agora estava diferente, aprendeu e muito com o sofrimento. Amou demais, mas agora queria se proteger, deixá-lo guardado apenas por enquanto. Evitava de pensar nele, mas... Apenas as noites, eram longas. E seu coração, estava cheio de saudade dele: lindo, loiro, alto, de olhos claros, seu cheiro, seu perfume, seu abraço, seu toque, seu jeito de olhar, as sensações de arrepios pelo corpo, não tinha como esquecer da noite pelo dia, seria impossível, mas quando dormia, ela sempre sonhava com ele. Momentos felizes, sorrisos, carinhos. Mas, agora queria mudar esse sentimento, não de esquecer e sim, amadurecer. Acabou adormecendo muito tarde, quase de manhã. Ao acordar, antes do desjejum resolveu treinar um de seus sentidos. Sentou-se na cama e se concentrou:
— Vamos lá, ummmmmm, preguiça boa. — sorriu. — Pronto, antes de tudo, tentar algo que já venho treinando há muito tempo. Toda feliz, soltou os cabelos, colocou a sua canção que era forte como ela também estava se tornando e se concentrou... Sentou na beira da cama, e decidiu qual seria o sentido:
 — O sentido do olfato. — concentrou-se: um..., dois..., três... Com isso vem o cheiro do perfume dele: Alejandro, seu amor.
 — Não, posso! Ele disse que amava outra mulher e com todas as letras. Por que, faz isso comigo? Deixa-me limpar a minha mente, mas uma vez: um..., dois..., três... Quero sentir o olfato! Respirou fundo, encheu o peito, coração batendo forte.
— Será que agora vou conseguir? O olfato. — mentalizou forte.
— O que você faz aqui? — ela se assustou com a visão de Alejandro no seu quarto.
— Hanneri, estou longe viajando, mas estou aqui precisamos conversar, não temas...
— Alejandro, tentei de todas as formas esquecê-lo, mas meu coração, meu pensamento, não aceita!
— Volte á França, vamos conversar. Conde Drécown, Shárdoc, e o Leonardth já sabem de tudo. E estamos á sua espera. Até! — saiu da mente dela.          
Ela saiu do transe, estava gelada mais que o normal, levantou-se bebeu água, e foi voltando aos poucos:
 — Ele, não pode vir á minha mente assim, quando ele quer. Eu o amo. Mas, foi á escolha dele ficar com a outra vampira, e não minha. Ainda me sinto ferida. Não posso, assim não. Dessa vez, eu darei as cartas, como eu digo: estou me fortalecendo e não posso voltar atrás. No momento certo, eu voltarei.
 Levantou-se mais aflita do que o normal por que aquilo? Ela não queria se sentir acuada, e foi tomar banho preparou suas roupas e acessórios, que não era nada discretos, ela nunca gostava de discrição: calça de couro preta, camisa branca, botas, jaqueta, óculos escuros, luvas, maquiagem. Ao término de seu ritual se aprontou, pois queria sair, ir á floresta. Desceu tomou seu desjejum. Como estava frio colocou as luvas, prendeu seus cabelos, colocou seu chapéu preto, se maquiou, colocou as suas luvas, óculos, pegou as chaves da sua moto. Estava frio, bem gostoso e saiu mesmo assim
Chegando á floresta, desceu da moto, olhou ao seu redor, pois ninguém sabia quem era ela. Hanneri, para todos não passava de uma turista, jovem, linda chamava a atenção de todos sim, mas não estava lá para conhecer ninguém, e, sim para se fortalecer. Andou até o centro da floresta, que ela sabia muito bem aonde era. Se colocou nele, com todos seus aprendizados que tinha recebido até aquele momento, com todas as suas saudadosas recordações, amor, paixão, se concentrou em tudo. Sentiu os ventos circularem pelo seu corpo, era cada vez mais forte... Com isso levitou do chão, uniou tudo: conhecimentos e força. E gritou:
— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! — foi tão forte que abalou tudo. E assim o fez duas vezes mais.
O vento foi acalmando, o tremor da floresta diminuindo, ela foi descendo devagar até o chão. Foi ficando mole, até que deitou. Ficou assim por instantes. Quando decidiu se levantar, tinha que ser devagar, pois fora muita energia, e se sentia mais forte do que nunca, não somente em forças, estava liberta de sentimentos: aqueles que deixava ela triste. Mas, como estava com todos os seus sentidos apurados, sentiu cheiro diferente, sua audição: — Créccc. Um simples galho quebrando:
— Drogaaa. — disse aquela voz grossa.
— Humm, tenho companhia? — um tom de sarcástico na voz da vampira Hanneri. — Sim! — escondido no alto de uma árvore centenária.
— Interessante, e você presumo que assistiu tudo o que houve aqui? — perguntou.
— Exato, assisti. E confesso que não tenho medo de vampiras. E ainda mais uma linda, e selvagem vampira, me deixa excitado, confesso. — risos.
 — Sinto seu cheiro, forte, diferente, sei que é mortal, mas nunca senti o seu cheiro! Pode me responder, o porquê dele ser tão diferente dos demais?
— Sim, mas adoraria estar diante de sua tão formosa beleza, se prometer não me transformar, ou me matar! — confiou nela. E sei, que vampiros não podem mentir, jamais!
— Nossa, sim prometo, palavra da vampira Hanneri, mas me diga como sabe tudo a nosso respeito?
Caçador de vampiros desceu do alto da árvore centenária, mas aos poucos. Quando Hanneri viu, se encantou com suas vestimentas, e se surpreendeu que fossem parecidas com as suas: chapéu, sobretudo preto, camisas umas sobre as outras, calças de couro, botas e luvas. Ficaram frente á frente:
— Prazer, Van Gabriel Helsing, ou apenas, Van Helsing, caçador de vampiros!
— Como? Quem é você? Só pode ser brincadeira...
— Infelizmente ou felizmente não é! Não minto.
Quando informou á ela, apenas o silêncio ficou no ar. Ela não respondeu, ele achou aquele silêncio muito estranho:
 — Hanneri? O que houve?— sem resposta da vampira.
Hanneri sentia raiva ao ouvir aquilo, foi dando um aperto no peito, coração parecia não caber, seus braços ficando fortes, unhas foram ficando grandes. E, pronto estava transformada, virou-se ao caçador:
— Agora sim, a vampira Hanneri, está pronta! Mas, como eu falei não vou transformá-lo, não posso mentir. Posso informar, que essa é a melhor sensação que estou sentido!
— Nossa! Ficou mais linda ainda. Confio em você. E, que vampira linda, gostosa, me desculpa minha indiscrição, meu corpo está excitado demais.
— Está? Problema é seu! Não mandei vir atrás de mim, outra coisa, adoraria saber e acho que tenho esse direito de saber por que você veio? — sarcástica demais.
— Oh sim, fiquei tão alucinado em você que perdi o foco. Bem, não é de hoje que a vejo, que sei tudo sobre você, quando foi deixada diante do Castelo do Conde Drécown, e da Lady Len, sei quem a transformou o vampiro Alejandro Montiér. Ele, por sua vez deixou você, para ter a companhia de outra vampira...
— Chegaaaaaaa. — O interrompeu. — Já percebi que você me conhece, porém poderia parar? — sentou no chão. Entrou numa tristeza profunda, com isso foi voltando ao normal, ficando baixinha novamente, corpo franzino, mãos normais.
— Quer conversar? — olhou-a como amigo.
— Não sei, talvez. Ou melhor, quero saber o porquê sabe tudo de mim? Queres me matar, não é isso? — pensou no pior.
— Pelo contrário, Hanneri!
— Como assim?
—Somente se faz uma pesquisa minuciosamente assim quando precisamos, ou... — ficou sério e focou nos olhos dela.
—... Ou o que? Fale.
— Eu a amo, desde sempre. — declarou-se a ela.
— kkkkkkkkkk, não me faça rir, kkkkkkkkkkk, para vai, a minha barriga doe. — começou a gargalhar.
— Também, achei estranho e louco esse sentimento por você, caçador x vampira, que mistura né? — risos.
— Sim, riso não gargalhada, e muitas.
Ela se contorcia toda, ria,gargalhava e nem sabia o que falar. Mas, quer saber como essa história vai acabar:
— Eu sou grata, pelos seus elogios, mas não curto mortais, e muito menos caçadores, apesar de que temos estilos parecidos. Mesmo assim, amo somente um ser nessa Terra, o vampiro Alejandro Montiér, talvez quando eu voltar ele só queira ser apenas bons amigos, e assim ele pode viver feliz com a outra vampira. Não sei como vou fazer, sei que vou ter uma resposta, e logo.
— Entendo, posso tentar te ajudar. Mas, também não sei como. — já sei.
— Sério?
— Sim, mas me prometa não me morder, nem nada, posso continuar a confiar em você?
— Claro. Vamos tentar.
— Deixa comigo, eu faço a minha parte e você a sua. Assim, vai ter a sua resposta que tanto procura. Vamos?
— Sim.
— Vampira Hanneri, vou caçar você, como se isso fosse á última coisa que faço na minha vida. Você provoca, paixões isso não é certo. Seu amor, não te ama, nunca a amou e sim, eu a amo e muito! — falou com a voz mais rouca.
Silêncio, novamente. Hanneri, se transformando, com raiva, ódio, de ter ouvido aquilo, olhos, mãos, cabelos, corpo, coração, tudo mudando:
— Arrrggg, como pode dizer tudo isso Van? Que audácia sua, que coragem. Isso me atrae muito em um homem...
— Eu te amo, vampira. Um amor louco descomunal.
Nessa hora, ela viu a imagem de Alejandro no perfil do Van, esfregou os olhos, e não entendia nada. Por que daquilo?
— Já disse, e digo com mais convicção: problema é seu, porque amo Alejandro, meu lindo vampiro! — gritou no meio daquela linda floresta. — Achei, a resposta, estava sempre na minha frente.
— Sim, a linha do amor x ódio andam na mesma sintonia! Vai embora, antes que você mude de ideia. Cuide-se. E realmente eu a amo. — despediu-se de Hanneri.
Hanneri ficou no canto longe de Van, se acalmou e foi voltando ao normal. Ele observava novamente, acenou para ela ir embora. Ela fez um aceno com a cabeça que sim, e sumiu entre a floresta. Subiu na moto, rumo á França um dos Castelos de Montiér. Aonde ele dizia que iria aguardar. Estava decidida em lutar pelo amor, se não desse em nada, pelo ao menos ela tentou!
Iria ser uma longa viagem, dois dias, e duas noites na moto, com paradas e descanso. Em uma de suas paradas, ela entrou num hotel de beira de estrada, sempre discreta, pediu um quarto, apenas queria descansar e com isso amanhã á noite estaria na França. Pegou as chaves, agradeceu e se retirou. Abriu a porta do quarto:
— Ufaaa, cansada demais. — se jogou na cama. Agora, tomar um banho e pensar somente no que vou fazer, dizer e viver no momento!
Foi ao banho, pensou em seu amor. Naquela noite estava linda, estrelas, lua, e o pensando nele, pensou nele no mental:
— Montiér, meu amor, sabe que nunca esqueci você! — sentiu seu coração bater forte. E percebeu que alguém tocava seus cabelos. — Sei que está aqui comigo, te sinto. E amanhã á noite estarei ao seu lado, eu te amo —  tocou seu corpo pensando nele. Sonhos confusos, e com isso não dormiu bem. Resolveu ir embora antes do horário marcado. Pagou a conta do hotel e partiu rumo á França.
— Nossa que noite linda, assim vou indo mais cedo, e querendo vê-lo o quanto antes. — feliz demais.
Parou somente mais uma vez, achou uma casa de chocolate, adentrou, sentou. Veio a atendente:
— Posso ajudá-la?
— Sim, uma caneca de chocolate quente!
— Mas alguma coisa?
— Quanto tempo falta para chegar na França?
— Apenas mais duas horas!
— Sério? Grata.
Hanneri, parecia uma criança, quando ela ficou sabendo. Tomou o seu chocolate, agradeceu e foi em embora. Agora não queria mais parar em canto algum.
— Apenas vou parar na França! — Iupiiii.
Passou por uma placa dizendo:
“Bem vinda á França, agradecemos a sua visita”.
Sorrisos, lágrimas, coração batendo, sentimentos misturados, não sabia o que dizer o que sentir. Apenas iria conversar com Alejandro, como ele mesmo havia pedido. Adentrando ao castelo de Alejandro, foi anunciada pelo funcionário.
— Boa tarde, Alejandro. — desceu da moto, ao retirar seu capacete, seus cabelos loiros caíram suavemente em seus ombros, passou uma das mãos nele para soltá-lo.
— Boa tarde, Hanneri, “nossa que visão”. — pensou Alejandro. Ela me deixa doído, quando faz isso com os cabelos, parece que até consegue me hipnotizar...Aquele olhar, a boca, tudo nela me encanta.
Hanneri saltou da moto, e como sempre direta queria saber:
— Pronto Alejandro Montiér, estou aqui! O que deseja comigo? Conversaremos sobre?
— Nossa, é isso que me atrae em você, sua inteligência, sem rodeios, sempre direta, no começo me assustava, mas agora não mais. Ok. Serei breve não quero tomar os seu precioso tempo!
— Posso me sentar? Sinto que vai ser um longo assunto. — aguardou.
— Me perdoe, a minha indelicadeza, sim? Por favor, Hanneri, fica á vontade.
Sentou-se próxima a lareira pois estava muito frio.
— Aqui, está agradável demais. Pode começar, como Conde sempre diz: “comece sempre pelo começo, já é um excelente começo”. Não, acha Alejandro?
— Sim, Conde sempre com sábias palavras e principalmente direto demais. Começamos a nos envolver, você com sua ansiedade, suas coisas sem sentido que não vem ao caso agora, foi me cansando. Somente fui me afastando de você, cada vez mais. Achei melhor, terminarmos na época. Lembra?
— Claro, prossiga.
— Sim. Comecei a me envolver com a outra vampira, mas quando você me deixou mensagens, e aquela música, mesmo sabendo que nunca tivemos nenhum assunto, gelei, fiquei confuso.
— E?
— Resumindo: Eu amo você. E com tudo Conde sempre me apoiando. E tive que dizer á verdade: Eu a amo, e muito. Mas, sei que errei. Há quero de volta, mas você também errou, Hanneri.
— Eu confesso á você: Eu o amo, sempre amei, e nunca vou deixar de amar você! — seu coração parecia que ia sair pela boca.
— Sim, eu sei disso. Podemos tentar? Conde, Shardóc. Angel Leonardth, Lady Len, todos sabem. Agora apenas você que deva querer saber o que quer?
— Eu? Quero apenas você.
Ele foi chegando cada vez mais perto de Hanneri, e olhou naqueles olhos claros, sedutores, e a beijou. Beijou com tanta vontade, tanta saudade:
— Ahhhhh, Hanneri, minha linda, seus lábios: doces e suaves. Que saudades dessa sua boca, desse seu abraço, desse seu cheiro, seu corpo. Toda pequenina, parece uma bonequinha, frágil, que quero proteger...
— Frágil? Querer me proteger? Bem, agora você tocou no assunto que queria. Deixei de ser “aquela Hanneri, frágil, filhinha de papai, melosa, protegida”. Para me tornar: numa vampira, destemida, sem medos, sem receios. Melosa, ciumenta nunca deii deixarei de ser, e proteção sempre é bom ter! — risos.
— Nossa, concordo, você se reencontrou mesmo nessa viagem. Nesse seu isolamento, estou impressionado. E feliz demais.
Assim, estava ficando tarde, a lenha queimando na lareira, ele jogou uma coberta em cima daquele tapete macio, parecia mais um pelo de carneiro, pegou duas taças de sangue para brindar com seu amor, juras de amor feitas um ao outro. Nisso, se beijaram, e logo fizeram um amor intenso, uma sensação boa gostosa. Eles eram dois, mas naquela noite se tornaram apenas: 

Vampira Hanneri.

O Patinho Feio

Era uma vez um homem e uma mulher que tinham cinco filhas. As quatro filhas mais velhas eram excepcionalmente belas, porém a caçula era comparativamente estranha, com ossos e feições grandes e longe de ser perfeita. Por conta disso, era perturbada pelas irmãs, e mesmo os pais faziam pouco para esconder sua reprovação, lamentando sua má sorte em ter tal criança e pensando se algum dia ela se transformaria. Eles todos criticavam incessantemente a pobre garota, dizendo coisas como:

- Quem sabe, se você comesse menos, seria menor.

Apesar de ela não comer mais que as outras, ou...

- Se você passar limão nos cabelos eles não serão dessa cor tão apagada.

Na verdade, a garota desafortunada ia para a cama muitas vezes faminta e passava limão nos cabelos, mas nada do que fazia parecia fazer diferença. Eles sempre achavam alguma coisa de errado com ela.

O povo da cidade não era diferente de sua família. Eles insultavam e criticavam a irmã mais nova e insossa e outras garotas como ela. Por ser comparada às irmãs mais velhas bem mais bonitas, a mais nova se tornou conhecida de todos como "a patinha feia".

Conforme as garotas cresciam, as quatro filhas mais velhas ficavam cada vez mais bonitas. E, ao ficarem mais belas, elas também se tornavam mais arrogantes e insensíveis. Mas, a cada dia a patinha feia era mais gentil e generosa e, apesar dos maus tratos constantes, cada uma das irmãs preferia a sua companhia em lugar da companhia de qualquer uma das outras.

Logo as meninas se tornaram mulheres. Agora, a mais velha de todas era uma mulher arrebatadora e pensava consigo mesma:

- Por que eu devo continuar a estudar quando posso ganhar uma vida melhor simplesmente deixando que os homens olhem para a minha beleza?

Pois, de fato, naquela época, as mulheres podiam ganhar quantias significativas de dinheiro para exibir sua beleza aberta e explicitamente aos homens que valorizavam a mulher segundo essa qualidade. E a filha mais velha ganhou o mundo com apenas esse atributo para fazer a sua fortuna.

A segunda irmã mais velha também era muito bonita, e pensou para si mesma:

- Por que tenho de fazer qualquer coisa que seja, se os homens me acham tão atraente e estão sempre dispostos a fazer tudo por mim?

E se lançou ao mundo com o ponto de vista de fazer sua fortuna à vista da generosidade de seus muitos admiradores.

A terceira irmã mais velha nunca teve a chance de formular um plano de qualquer natureza, pois o destino interveio e ela estava casada com um jovem, de quem estava grávida. A quarta irmã pensou:

-Oh, o que significam os homens para mim, se sou mais bela do que todas as minhas irmãs mais velhas juntas?

E ela resolveu fazer uma fortuna maior do que as outras, sem ter de se submeter aos homens como elas o faziam. Com muita confiança em sua beleza, ela saiu em busca da realização disponível para as mulheres belas de sua época, que era ser modelo profissional de moda e beleza.

E a irmã mais nova, que era a patinha feia, não tinha ilusões de trilhar seu caminho no mundo
por meio de sua aparência, portanto ela percebeu que estaria mais bem servida se continuasse a estudar. Ela encontrou uma pequena universidade rural, longe dos preconceitos de sua cidade natal. Sem contar nada a ninguém, conseguiu uma casinha próxima ao campus da universidade e começou sua nova vida.

A patinha feia logo se adaptou à vida acadêmica. Ela gostava imensamente de seus estudos e se fortaleceu por seu crescente conhecimento de si própria e do mundo ao seu redor. As pessoas que ela escolheu para se relacionar não pareciam notar tanto que ela não era bonita, pois valorizavam as muitas outras qualidades que ela possuía. Sem os constantes lembretes da sua carência de beleza perfeita, ela lentamente começou a ganhar autoconfiança. Era repetidamente surpreendida pelas pequenas manifestações de alegria em sua vida, e estava mais feliz do que jamais imaginara ser possível.

Numa tarde de primavera, enquanto a patinha feia descansava despreocupada à sombra de uma imensa árvore no quintal, lendo um livro, subitamente surgiu uma sombra sobre ela. Ela olhou para cima e pôs os olhos na criatura mais bela que já vira em toda a sua vida. Ele era bem moldado e moreno, e sorria para ela. Ainda pensando que fosse criação de sua mente (talvez um personagem da história romântica que ela estava lendo), a princípio ela apenas o olhou, muda. Vendo a sua expressão de surpresa, o jovem se dirigiu a ela em tom amistoso, explicando que estava apenas passando por ali a caminho de um lago onde iria nadar. Aparentemente, o único caminho para se chegar ao lago escondido era atravessando o quintal da patinha feia!

A patinha feia reconheceu o belo rapaz como um colega da mesma faculdade em que estudava. Ela sentiu secretamente que iria gostar de vê-lo nos dias quentes de verão a caminho do lago para algumas braçadas vespertinas. Talvez de maneira demasiadamente calorosa, ela lhe disse que ele seria muito bem vindo a atravessar o seu quintal sempre que quisesse.

Mas o belo rapaz não a deixou imediatamente após a sua concessão, ao contrário, ele permaneceu e perguntou sobre o livro que ela estava lendo, sobre suas aulas na universidade e outras questões sobre ela, que nenhum outro homem jamais havia perguntado.

Os olhos da patinha feia brilharam de felicidade enquanto ela papeava com seu novo amigo, mas, subitamente, as imagens de suas irmãs piscaram diante dela, que lembrou como era feia. E ela se sentiu envergonhada por qualquer homem olhá-la, e, dando uma desculpa, fugiu bruscamente para dentro da casa, onde viu, por uma janelinha, o jovem partir rumo ao lago. Ele era enérgico e saudável, com braços e ombros grandes, e ela desejou, pela milésima vez, ser bonita como as irmãs.

Os dias foram ficando mais quentes, e logo as árvores e flores haviam florescido inteiramente. O jovem agora passava pelo quintal da patinha feia quase todos os dias a caminho do lago. E a cada vez que passava, ele parava e falava com ela. Lentamente, ela superou o seu constrangimento em relação a ele, chegando a ansiar por suas visitas, e os dois tiveram a chance de se conhecer melhor. Às vezes, eles passavam um pelo outro na universidade, e ele a empolgava por chamar seu nome.

Um dia, o belo rapaz convidou a patinha feia para acompanhá-lo ao lago. Ela declinou rudemente, mas, desse dia em diante, sentiu uma estranha atração em direção do lago, e frequentemente se via imaginando como era a água, e como seria brincar nela com o seu belo amigo.

E foi assim até uma manhã de verão extraordinariamente quente, quando a patinha feia saiu da cama e foi até o lago de camisola. Ela disse a si mesma que só queria olhar o lago, mas ele era mais bonito do que imaginara. Ela olhou em volta com culpa. Certamente não haveria ninguém por perto a essa hora da manhã. Ela poderia simplesmente entrar na água fresca por um tempo e depois voltar para casa. Antes que pudesse se deter, já havia tirado a camisola e
entrado na água. A patinha feia espirrava água por todo lado, nadando alegremente. A água parecia seda em sua pele. Quando se cansou de nadar, ficou boiando, olhando as nuvens que cobriam o céu azul de verão.Dessa forma, ela se esqueceu completamente da hora.

A patinha feia não notara a sua aproximação até que ouviu um barulho na água resultante do mergulho. Ela ficou totalmente imóvel, paralisada de terror, enquanto esperava que ele subisse à tona. Torcia muito para que ele não estivesse de olhos abertos embaixo d'água, pois tinha vergonha que ele olhasse seu corpo. E como ela poderia sair da água e colocar a camisola de volta? Finalmente, sua cabeça e braços surgiram na superfície. Havia um sorriso enorme em seu belo rosto.

- Eu a tinha imaginado uma garota naturalista, mas não achei que tivesse tanta coragem - disse ele, alegremente.


Então ele tinha aberto os olhos embaixo da água! Ela ficou tão horrorizada e constrangida que as lágrimas vieram aos seus olhos. Ele estava nadando lentamente em sua direção. Ela queria lhe pedir que virasse para o outro lado para que ela pudesse sair da água, mas temia o som que faria ao tentar falar. Ele ainda sorria quando se aproximou. Ela viu que ele estava segurando algo na mão para ela e percebeu que era o seu calção de banho.

- Agora estamos quites -disse ele, gargalhando.

No entanto, ela não sentiu estar "quites" com o belo jovem, e ficou simplesmente ali, em silêncio, segurando o calção no ar. Finalmente, ele pareceu notar seu constrangimento. Lentamente pegou o calção de seus dedos tensos e o jogou para a margem. Ele estava bem perto e ela imaginou que ele estaria pensando como ela era feia, e até esperou que ele fosse soltar uma gargalha ou insulto no momento seguinte, mas, para sua profunda perplexidade, ele lentamente baixou a cabeça e pousou os lábios nos dela. A sensação era tão gloriosa que ela quase perdeu o equilíbrio, mas, no mesmo instante, ele a abraçou e a puxou para mais perto, para que não houvesse perigo de ela ir a lugar algum. O corpo dele era extremamente quente. Seus lábios eram exigentes e insistentes. Seus braços a prendiam mais forte, fazendo com que seus corpos se comprimissem juntos. A água estava agitada ao redor deles. No tumulto de seu primeiro beijo, a patinha feia esqueceu que era feia e retribuiu-o com toda a paixão que sentia. Ela então percebeu que estava se apaixonando por ele, e se perguntou se ele podia adivinhar seus sentimentos e o que achava disso. Enquanto ela pensava essas coisas, ele afastou os lábios para olhá-la nos olhos. Ele sorriu para ela com uma expressão de incerteza, confessando-lhe que também a amava. Depois a beijou repetidamente e sem parar! Ela se agarrou a ele, sem querer que os beijos cessassem, mas, de repente, seus beijos começaram a ficar mais impetuosos, e suas mãos tocavam por toda parte.

Ela descobriu que adorava a sensação de pressionar seu corpo nu contra o dele. Sentia-se tonta de felicidade em ter suas mãos fortes e belos lábios sobre sua pele, mas os beijos se tornavam cada vez mais aflitos e ansiosos, e o corpo dele pressionava rigidamente contra o dela. Ela estava totalmente despreparada para o que estava acontecendo. E o que é pior, ela não podia evitar pensar que fazia parte disso.

Com um gritinho, ela se afastou dele. Sabia que ele gostava dela de alguma forma, mas será que realmente poderia amá-la? Ela não se permitiria ser subjugada, sendo feia, ou não!

Boas ou más, preciso saber quais são as suas intenções em relação a mim, pensou ela, e se eu concordo, quaisquer que sejam. Por um instante eles ficaram separados, e, por um momento pareceu que ele estava zangado com ela. Mas ele logo sorriu.

-Eu vou virar o rosto para a floresta enquanto você se veste -disse ele, gentilmente. -Mas você
irá me esperar? -perguntou ele.
-Sim, vou esperar por você -prometeu ela.
-Olhem, se não é a nossa querida irmãzinha sem sal! -gritaram as quatro, alegremente.

A mais nova das cinco sorriu ternamente para suas irmãs.
- Desculpem por estar atrasada -disse ela. Mas que bom ver vocês todas juntas novamente!
- Devo dizer - afirmou a mais velha, se dirigindo à caçula. - Os anos devem ter sido bons para
você, pois jamais a vi com uma aparência tão boa!
A patinha feia sorriu.
- Duvido que os detalhes de minha vida possam prender sua atenção por um instante, com vidas tão excitantes como devem ter sido as suas - respondeu.

Ela corou levemente ao dizer isso, pois estava pensando na noite anterior que tivera com seu amado marido e estava certa de que, mesmo com toda a sua beleza, suas irmãs não poderiam ter experimentado maior felicidade do que a dela.

- Que emocionante! - exclamou a terceira irmã, com amargura. - Fui roubada de toda a emoção que deveria ter tido.
- Ao menos você se casou - resmungou a outra, com ainda mais amargura.
-Casada! - respondeu ela - Encarcerada seria uma palavra mais apropriada.
- Você não está feliz por estar casada? - perguntou a patinha feia, chocada.
- Pareço estar feliz? - respondeu ela, com lágrimas se formando dentro de seus belos olhos.

As quatro irmãs a encaravam surpresas.
- Oh, meu marido nunca me amou - confessou. - Quando éramos jovens ele tinha atração por mim, mas só queria uma coisa. Confundi aquilo com afeição. Nunca parei para pensar no que ele realmente sentia por mim. Estava tão feliz em ter atenção e tão certa de que minha beleza o faria me amar. Mas ele não me ama! Para ele as mulheres são objetos substituíveis. Ele tem casos, enquanto eu fico em casa e tomo conta de nossos filhos.
-  Meu Deus -disse a mais velha. - E eu achei que estivesse ruim para mim.
- Eu daria qualquer coisa para ter a sua vida! disse a dama infeliz.
- Não, acho que não daria -disse a mais velha.

Depois ela se voltou às irmãs com sua história triste.
- Veja, pensei em fazer minha fortuna mostrando minha beleza abertamente aos homens, então, me tornei uma dançarina erótica. Imaginei que pudesse ganhar a vida bem melhor assim do que através de qualquer coisa que os estudos pudessem me ensinar. E, no começo, eu estava certa. Mas só se pode fazer isso por um tempo. Logo há garotas mais jovens que tomam o seu lugar e você não ganha quase nada depois disso.
- Talvez - disse a outra, com o casamento infeliz, sem enxergar a ironia. - Você deveria ter se
casado com um de seus admiradores enquanto ainda era jovem.
- Aí eu estaria no mesmo barco que você! respondeu a mais velha, desgostosa. - Além disso, a maioria deles já estava casada. - Ela suspirou infeliz, antes de prosseguir. - De qualquer forma, como eu poderia confiar num homem depois de ver o comportamento que eles têm quando não estão com as esposas?
- Isso é bem verdade -disse a outra irmã, que fizera a vida vendendo mais de si do que a mais
velha. - Uma vez que você vê esse lado dos homens, não pode mais voltar a confiar neles. -Ela olhou tristemente para a irmã mais velha e acrescentou: - E quando você vende essa sua parte, ela já não lhe pertence. Isso se torna uma ocupação tediosa. Eu nunca desfrutei, realmente, de estar com um homem, porque nunca foi sob as minhas condições.
- Você fez com que fosse tão fácil para os homens a tratarem assim - disse a irmã infeliz, de
forma áspera, acrescentando um novo fôlego- e o restante de nós também.
- Ah, então é culpa nossa pelos homens serem como são - respondeu a irmã mais velha, na
defensiva. - Porque as mulheres são sempre tão velozes em culpar as outras mulheres?
- Talvez seja porque você está disposta a fazer coisas por um preço, que, de outra forma, os
homens teriam se provar merecedores - disse ela, ressentida, agora ficando zangada. - Muitas mulheres, assim como eu, continuam a trabalhar para evoluir... e são, aliás, muito mais dos que seus homens merecem. Mas os homens não precisam despender esforço algum, no entanto eles têm as mais belas mulheres ao seu alcance, contanto que tenham dinheiro.
- Bem, deve deixá-la feliz o fato de que nós pagamos um preço bem alto oferecendo-lhes esse serviço -disse a irmã mais velha.
- Sim, eu vejo que sim - disse a irmã, lentamente. - Mas você escolheu o preço a pagar em troca dos impostos que recolheu. O restante de nós não fez qualquer escolha do gênero nem recolheu tais impostos, no entanto, temos de pagar o preço junto com você!

Houve um silêncio por um instante depois desse rompante. A terceira irmã mais velha estava acabrunhada, falando de seu casamento, enquanto a irmã mais velha fazia uma tentativa de mudar de assunto.

- Você sabe -disse ela, com um suspiro - é verdade sobre os homens. A maioria dos meus
clientes são gordos, carecas e horrendos.
- Realmente - opinou a quarta irmã mais velha, que ficara em silêncio até então. - É porque se
espera que sejamos perfeitas, num mundo onde a perfeição não existe. O padrão é tão alto que nenhuma mulher poderia alcançá-lo. Enquanto isso, os homens simplesmente se sentam e desfrutam do espetáculo. Eles não têm preocupação com sua aparência, porque ninguém jamais os nota. São invisíveis.

As irmãs riram em concordância ao ouvirem isso.

-Mas você chegou à perfeição física - interferiu a patinha feia, que ouvira silenciosamente, em choque, a arenga confusa das irmãs. - Vi sua foto na capa daquela revista prestigiada.
-Tenho vergonha daquela foto - disse a irmã, com emoção, ganhando total atenção das outras, depois continuando a sua própria história, como segue.

"Sei que sou uma bela mulher. Dediquei minha vida inteira beleza! Mas isso não é suficiente para satisfazer os editores das... rá! -ela fez uma pausa antes da palavra para dar mais ênfase - revistas femininas. Como as mulheres agüentam lê-las não compreendo. De qualquer forma, descobri que eu não era, na realidade nenhuma de nós é, boa o bastante para as páginas daqueles catálogos militantes de desilusão e tortura feminina. Antes que sequer fosse aceita como candidata, descobri que teria de me submeter a inúmeras cirurgias remodeladoras e literalmente parar de comer. Fiz tudo isso e fui escolhida para a revista que você mencionou. Porém, você acredita que, depois de tudo o que sofri e suportei, no fim eu ainda não era bela o suficiente e a foto teve de ser retocada na versão final?"

Havia lágrimas em seus olhos enquanto ela olhava para a irmã mais nova.

- Aquela não é uma foto minha, mas de um fantasma; o mesmo fantasma usado para mulheres que estão na corrida pela perfeição. - Ela olhou em volta tristemente, para suas irmãs, depois acrescentou: - é o mesmo fantasma que arruinou as vidas de cada uma de nós.

Por alguma razão, isso levou a irmã mais nova ao centro da atenção delas. Quase simultaneamente as mulheres se voltaram para ela.

- Como tem sido a vida para você? - perguntou a mais velha.
- Bem, eu certamente estou satisfeita com ela - respondeu, humildemente, sem querer se exibir de sua própria felicidade diante do que acabara de ouvir
- Você continuou a estudar, não foi? - outra irmã perguntou. - O que você estudou?

Timidamente, ela começou a contar para as irmãs sobre seus estudos, nunca poupando palavras quando falava de coisas que aprendera. Ainda assim, o silêncio delas a intimidava, e sua voz sumia. Sem dúvida elas achariam sua vida ridícula, mas a irmã mais velha não zombou nem riu. Questionavam-na com interesse e ela foi contando sobre seus vários interesses e seu casamento, sua filhinha. Sentindo-se culpada por sua sorte e felicidade, ela se omitiu em contar sobre os tantos pequenos prazeres de sua vida; como o fato de seu marido trabalhar duro para se manter em forma para ela, ou como ele jamais perdera o interesse em fazer amor com ela. No entanto, as irmãs eram astutas demais para não enxergarem essas coisas em seu rosto, e não podiam evitar invejá-la pelas realizações, apesar de seus supostos defeitos físicos

A terceira irmã, sendo a mais amarga de todas, não podia deixar de afirmar: 
- Parece que nós todas teríamos nos dado melhor se tivéssemos nascido feias!

A mais velha imediatamente saltou em defesa da mais nova, dizendo:

- Você está com inveja.

A mais nova tomou coragem depois disso.
- Não acho que eu seja tão feliz por ser feia disse ela, lentamente, pensando. -É claro que não recorri à beleza física para me fazer favores, e isso foi uma parte. Mas, principalmente, senti que, independentemente do que eu busque na vida, devo primeiro identificar o que realmente é, depois descobrir o que iria me custar. E foi o que fiz.

Ela olhou para a irmã tão infeliz e mal casada e prosseguiu:

- Você mesma disse que se tivesse recuado e esperado,teria descoberto que seu marido não a amava de verdade. Mas se permitiu ser lisonjeada por esses mimos, sem perceber que não se tratava de mimos realmente, pois ele não se importava nem um pouco com você. Ela virou para as outras irmãs e continuou:

- Cada uma de vocês sofreu de forma semelhante, porque se deixaram ser usadas como objetos naquele momento. Receberam seu pagamento, mas não foi suficiente, levando em conta que trocaram suas próprias exigências por uma vida feliz por esse pagamento. De certa forma, vocês tornaram os homens isentos de suas ações. Depois disso, parecia haver muito pouco a ser dito.

Finalmente de volta ao seu lar, seu céu, a patinha feia suspirou aliviada. Era tarde, mas uma luz de boas vindas se acendeu na entrada. Havia flores frescas, recém cortadas num vaso sobre uma mesinha. Ela parou um instante para cheirá-las, saboreando tudo no fato de estar em casa. Seguiu escada acima, até chegar a um quartinho, no alto. Entrou, andando cuidadosamente pela escuridão, até uma pequena cama onde mal se ouvia o som do sono emitido dos cobertores macios. Ela parou para beijar o rostinho, macio e morno. Arrumou as cobertas e admirou a filha, tão linda quanto as tias. Ela a ensinaria a desfrutar de sua beleza, mas não viver em função dela. Deixou a filha dormindo e silenciosamente seguiu seu caminho pelo corredor, até o quarto maior. Ao entrar, parou e fechou os olhos por um instante, inspirando profundamente o cheiro de colônia misturado ao seu perfume. Era uma noite quente, e ela ficou encantada ao ver as cortinas balançando com a brisa.

Ela tirou as roupas e foi calmamente até a cama. Ele estava acordado, e sem dar nenhuma
palavra, pegou-a nos braços e a puxou para seu calor. Ela se aninhou novamente a ele e sentiu a rigidez de seu corpo.

Lore Zingiretanko

Um olhar sedutor


Alisson, durante o fim de semana, não parava de pensar em Laís. Aquele perfume suave, que mulher maravilhosa, sorriso encantador, olhos sedutores, cabelo liso lindo e loiro.

- Nossa, essa mulher está mexendo comigo, como vou fazer para ela me notar?

Laís, em casa aquele fim de semana demorou para passar, a cena dele não saía da sua mente. Sorriso, olhos encantadores, cheiro de homem de verdade com tão pouca idade. -"Não, sei como fazer para ele me observar! É casado ainda tem isso. Amanhã, é segunda-feira, vamos ver o que vai acontecer.

- Bem, deixarei pra pensar amanhã agora preciso dormir, ou tentar dormir, e vamos ver o que vai acontecer...

Alisson acordou três vezes naquela noite, com medo de perder a hora. "Nossa ela não sai da minha cabeça."

Laís, acordou ás 6hrs da manhã com o sol em sua cama, se espreguiçou.
- Que delícia de dia, sol gostoso, eu de férias da faculdade, e em casa! Daqui á pouco, ele chega, quero muito saber como ele vai agir na minha presença.

Levantou, decidiu fazer o café pois a Antje não chegara ainda.
- Hum, cheiroso que café gostoso que eu fiz!!! É, quando eu quero eu faço. Esse é o meu pior problema!

Laís, ouve baterem na porta da cozinha. Ela abre e é Alisson com um ajudante.
- Bom dia, Laís! Alisson acaba dando um beijos na fase da Láis.
- Bom dia, Alisson. Retribuiu o beijo.

Foi apresentada ao ajudante de Alisson.
- Prazer, bom dia.
- Prazer, Laís.

Alisson, percebeu que a Laís estava diferente,e ainda o fazendo café?
- Hummm, você que fez?
- Uhumm, claro Alisson por que não haveria de fazer??? E, sente o cheiro que gostoso, vai ter que experimentar se o gosto está excelente. Posso servir vocês?
- Claro, que sim, agora mesmo.
- Só que coloque açúcar ao seu gosto, tá bem?
- Hummm, delícia mesmo, Laís, já pode casar!
- Hahahaha casar? Não quero mais não, Alisson.
- Tá certa então, fica solteira. Colocou a xícara em cima da pia, - Agora, Laís, peço licença, pois o meu serviço me aguarda. Até mais tarde.
- Sim , fique á vontade, não quero incomodar até mais tarde. Laís, saiu e ainda deu aquela olhada com direito há uma piscadinha.

Alisson, com essa cena deu uma risada de canto, pois sabia que Laís, preservava muito a descrição.
Antje chegando, Laís foi direito á cozinha, pois queria saber dela se ela podia confiar e pedir ajuda da amiga.
- Bom dia, Antje tudo bem? Estou precisando de uns conselhos, será que posso tomar uns 5 minutos do seu precioso tempo?
- Bom dia Láis, claro me diga no que posso ajudar você?
- Seu filho, educado, gentil, lindo, ele é encantador. Não aconteceu nada ele me respeitou quando me convidou na sexta-feira. - Mas, sei que estamos nos paquerando, agora não sei como chegar, sou tímida parece que não! Mas, sou sim...
- Não parece mesmo, mas dá uma dica á ele, que vai entender, Meu filho eu conheço, basta você dar uma entrada.
- Fala você com ele, me ajuda Antje!
- Ok, ajudo, mas agora estou atrasada, farei o café da sua mãe, antes que ela acorde e precisa tomar a medicação
- Sim, grata amiga. - Beijou a fase da Antje.

Alisson, ocupado mas toda hora Laís aparecia do nada, olhares rolavam, sorrisos também.
Antje, precisava ir ao mercado, Laís precisava dar uma saída.
- Aguarda amiga eu vou junto!

Se arrumou, desceu junto com a Antje. Mas, quando estava no meio do caminho, olhou em sua bolsa, viu que havia esquecido o documento.
- Antje, esqueci o documento em cima da mesa do meu quarto, você me aguarda?
- Vá, logo amiga senão vai me atrasar!

Voltou na mansão, foi ao quarto e pegou o documento. Enquanto, isso ela chamou o elevador, pois Alisson estava pintando a escada. Nessa espera, ele fez uma pergunta.
- Láis, você vai fazer alguma coisa no fim de semana?
- Não, tenho que ficar em casa para cuidar da minha mãe, esqueceu Alisson? Não, tenho mais vida social.
- Então, vamos sair de tarde, no sábado ás 15 hrs, combinado?
- Sim, combinado!

Alisson, quando fez esse pedido á ela, a sua fisonomia ficou diferente, com carinha de pedião, com o olhar sedutor, aquele sorriso, e todo dengoso. Laís, entrou no elevador sorrindo, se abanando e não acreditava no que estava acontecendo.
- Nossa Láis, que demora, menina.
- Calma, me deixa respirar primeiro, fui convidada para sair no sábado!
- Eita coisa boa!

Saíram, compraram as coisas para casa.
- Pronto, Laís comprei tudo que precisa na mansão.
- Antje, que calor é esse?  Vou comer uma salada, minha mãe quer falar com você.
- Sim, vou ter com ela, nos aposentos dela.

Laís se arrumou e também saiu. Naquele dia, a hora passou tão rápido, e com isso ele iria embora. Mas, achou que não ia rolar nada. Estava em no seu quarto fazendo suas histórias, contos, versos. Quando, foi surpreendida, pela presença do Alisson ali.
- Com licença, Láis, estou indo embora, vim me despedir, até amanhã!

Ele, por sua vez foi em direção do rosto,e Laís também, mas a vontade dos dois, foi maior e acabaram se beijando no canto de boca, mas ela se rendeu e deu-lhe um beijo na boca, e ele retribuiu.
- Que delícia você Laís, desde o primeiro dia estava com essa vontade de sentir essa boca deliciosa. Ele pegou-a de um jeito, que não queria mais largar.
- Menino, estão todos na cozinha, que beijo é esse? Que boca deliciosa, que pegada, nossa..... Vai, embora, por favor!

Alisson saiu do quarto, ela estava com as pernas trêmulas, suando frio, com calor. "Abana! O que é isso? Que fogo todo é esse meus deuses?"

Por causa do "calor" daquela boca, ela foi até a cozinha beber água e se despedir de todos.
- Até, amanhã Antje, até Alisson!
- Até amanhã Laís!

Voltou ao seu quarto, às suas escritas, contos e poesias. "E, agora como vou ficar? A noite sem dormir, esse sabor na minha boca, nem vou querer tirar, e que pegada deliciosa, forte, não queria me deixar sair, me pegou de uma tal forma que... meus deuses. Estava, nos braços de um homem delicioso, cheiro toque, tesão, que loucura..."

- Vou sonhar, com esse homem hoje e aqueles sonhos aiaiai!

Antes de dormir, ela foi ver a mãe. E, se ajeitou, olhou no espelho, e ainda se sentindo desejada e gostosa. Um belo, homem jovem desejando uma bela mulher mais madura e entrando na idade da loba!!!!


A & A ( Parte II )